de Gémeo Luis e
Eugénio Roda;
Edições
eterogemeas
Constituindo-se, hipoteticamente, numa primeira abordagem um
livro discreto, do ponto de vista gráfico, em termos de ligação de texto e
imagem, apresenta-se como por oposição aos livros que estamos habitualmente
familiarizados, uma obra original do ponto de visa estético.
Inovador na capa, com quinze capas de cores diferentes, constitui
uma dedicatória às mães, escrito em oito línguas.
A capa, desde logo convidativa pela sua textura, é
precisamente por essa peculiaridade ao nível táctil, que apela à visita ao seu
interior. A perceção táctil mantem-se coerente na contracapa que convida ao
dedilhar das várias letras nele impresso, inicialmente pelo toque e numa
segunda fase ao descodificar da mensagem escrita. A textura do papel do miolo,
do ponto de vista de layout com
tipografia legível adequado à leitura, marca o ritmo na produção.
A ilustração, com imagens a preto, que acompanham textos
como: “no fundo, a mãe está sempre à
superfície”, “a mãe tem problemas
para todas as soluções” ou “ao braço
de ferro a mãe responde com mão de fada”, num registo característico do
ilustrador Gémeo Luís, sempre sedutora e criativa do ponto de vista estético, funciona
como forte impacto visual.
Livro intimista, pouco infantilizado na temática e na
abordagem gráfica, convida ao toque e ao sentido estético, aproximando-se de um
objeto de arte, diferente, construído com cuidados estéticos de enorme
subtileza. A complexidade gráfica transmite-lhe criatividade, quer ao nível da
ilustração como criativo na sabedoria gráfica.
Não parecendo ser original nas guardas elas tornam-se
apelativas no contraste visual que oferecem. Um livro que apetece manusear pelo
seu registo estético transformando-o num objeto único.
Elvira Cristina Silva