O recente espetáculo da Associação Andante transporta um
esquisito pássaro, o Íbis. Partindo do poema de Fernando Pessoa, (encenação de
Fernando Ladeira, música de Joaquim Coelho e imagem de Mafalda Milhões) ele, o Íbis, poisa na nossa imaginação através
da interpretação de Cristina Paiva, no voo de palavras esquisitas e outras mais
familiares do nosso quotidiano.
Dizem que é um espetáculo de promoção de
leitura para bebés, mas é muito mais que isso. É um voo, também, ao imaginário
infantil dos adultos, dando colo às nossas sensações, de modo primoroso com pormenores ao
detalhe, com alguma previsibilidade que se deseja no embalo da circularidade
narrativa. As imagens poéticas estão patentes nas ilustrações e adereços, como em todo o
registo cénico do espetáculo, o ritmo das palavras e pseudo palavras
transportam-nos na sua musicalidade desejando que o espetáculo se repita vezes
sem conta. “Há que bom que era”.
Há pessoas assim, “esquisitas” de “propriedade notável” que
nos conseguem encantar levando-nos ao colo da forma mais poética possível. Esquisito?
Não!
É um encanto de espetáculo.
Elvira Cristina Silva
Fotos de Associação Andante
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