Tudo o que um lápis pode conter
Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado. Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
"Desvarios de um lápis azul" no Museu Arqueológico do Carmo
Desvarios de um lápis azul
Visão desapaixonada sobre o 25 de Abril, onde se pretende que as estórias narradas sejam, maioritariamente, metáforas de situações vividas antes e depois da Revolução. Nada é dado de bandeja, mas tudo está lá para ser descoberto. Texto, Teatro, Música, Narração, são os ingredientes fortes deste espectáculo. Uma outra forma de aniversariar Abril nos seus quarenta anos.
Reserva de bilhetes:
932559636
domingo, 12 de outubro de 2014
Histórias da Ajudaris
A Ajudaris é uma IPSS com estatuto de utilidade
pública, associação
particular de carácter social e humanitário de âmbito nacional, sem fins
lucrativos, que luta diariamente contra a fome, a pobreza e a exclusão social.
Tem num dos seus projetos as Histórias da Ajudaris, como um dos
campos de ação, tendo como objetivos: Fortalecer hábitos de leitura e escrita;
Promover a inclusão e a integração social através da arte; Despertar a solidariedade; Aproximar a escola das famílias e da comunidade; Fomentar a interação entre gerações; Impulsionar o voluntariado.
Promover a inclusão e a integração social através da arte; Despertar a solidariedade; Aproximar a escola das famílias e da comunidade; Fomentar a interação entre gerações; Impulsionar o voluntariado.
Este projeto iniciou em 2009, concretizando-se
em formato livro, com textos escritos por crianças para crianças, com a
inspiração nas temáticas de cidadania, os afetos e o ambiente. Vários
estabelecimentos de ensino e ilustradores solidários participam na ilustração
dos textos criados pelas crianças, através do seu envolvimento em workshops,
exposições e outras atividades, de que se destaca o concurso que dá nome ao
projeto. Histórias da Ajudaris conta com
5 edições publicadas, a última com capa de Rita Correia. Para breve nova edição
de Histórias
da Ajudaris 2014.
Elvira Cristina Silva
in: Sugestão de Leitura da Newsletter nº 75 (setembro 2014 - 2.ª quinzena; pág . 7) Pro Inclusão
terça-feira, 15 de julho de 2014
A Intuição Leitora, A Intenção Narrativa
A
Intuição Leitora, A Intenção Narrativa
Rodolfo
Castro. Editora: Gatafunho (2012)
“Ouvir um conto será um
momento de relação profunda” (pág. 55).
Entre
o narrador deste livro e o leitor existe a comunhão de uma relação. Ou seja, a
unidade formada no contexto da significação do momento de contacto. O facto de
que no prazer da leitura reside um saber, que ultrapassa a intuição. Nela se
insere a sensibilidade, a emoção, um jogo.
Livro
composto por duas partes, a primeira enquanto leitor (a de um leitor prazeiroso
não imbuído de parâmetros) e a segunda enquanto narrador.
Da
leitura, pode-se dizer que, é mais que ler livros. É uma atitude perante o
mundo, de uma apropriação de códigos e símbolos da linguagem escrita. É
podermos perder-nos na leitura ou no sentido para o qual ela remete, apenas
porque se viaja nela ou nos sons das palavras que dela ecoam. O aroma dos
livros, independente dos conteúdos, viajando dentro de nós próprios. É o acesso
ao que ela nos permite, captar mensagens com significado para o próprio,
inventando, descobrindo, recordando.
A
cumplicidade da leitura para que se aceite, ou seja, acredite, como que impregnados
pelo texto, se entre nele com corpo inteiro, onde habitam as emoções.
Linguagem, memória, imaginação e pensamento, acesso à compreensão de um corpo
com reconhecimento de experiências significativas. Em síntese “Desejar a leitura como um copo de água no meio do deserto... (pág. 67),
transformando-a “numa hábil tecedora das
nossas emoções” (pág. 89).
Da
narração oral, espaço comparado a “areias movediças”, o autor remete para o esforço
de preparar o texto, entrar nele, interrogar valores, interesses, enunciando
desejos e conflitos humanos, situações comuns a qualquer indivíduo, independentemente
da idade. Aceder pelos contos à vida,
dentro e fora de nós próprios. Interiorizando cada personagem, cada cena, cada
contexto. Resgatando o essencial, encontrando o significado de ler, de narrar, e
desta mútua relação deixar-se surpreender e emocionar, contagiando! Sobretudo de
como o próprio autor refere, quase de intuição se trata. Tal, como a de viver!
Elvira Cristina Silva
sexta-feira, 4 de julho de 2014
achimpa
achimpa, Catarina Sobral, Orfeu Mini (2012)
Depois do seu primeiro livro, “Greve”, editado
em 2011, também pela Orfeu Mini, Catarina Sobral achimpa-nos com um novo livro.
Conto moderno de autor, de texto curto mas eficaz na
dualidade com as ilustrações, acessível e rico nos significados. Ambos os
códigos (texto e ilustração) coexistem numa relação dual, sendo que a
ilustração alarga o significado do texto, abrindo uma porta acessível de
conhecimento ao leitor e em particular ao público alvo a que se destina, mas
que vai mais além nas referências visuais com que presenteia o adulto mais
atento.
Como
já facilmente devem ter percebido, pelo título, de palavra pouco usual, o tema
central gira em redor da busca incessante do significado dessa palavra
desconhecida que um investigador encontra num velho dicionário.
Num
matrimónio feliz, de texto e imagem, a autora/ilustradora, coloca a curiosidade
inata dos seres humanos numa estrutura de cadência humorística em que se
desenrola a história.
Página após página, vão
sendo desvendados os vários significados colocando trocadilhos linguísticos que
surgem através de uma sucessão de personagens como é o caso da Dona Zulmira com
os 137 anos de sabedoria a muitos outros intervenientes eruditos. Sucedendo-se
paralelamente as opiniões e palpites na busca do significado da palavra e do
seu lugar na gramática.
Álbum ilustrado de coerência gráfica, desde as
fronteiras do livro (capa, guardas, quase um pré genérico de introdução ao tema),
até à contra capa onde biblioteca
e bibliotecária funcionam como estratégias visuais completando a circularidade
da estória, referências a livrarias conhecidas,
alfarrabistas, ou locais bem
familiares nada é esquecido ou deixado ao caso num mundo das palavras e
dos livros onde elas se inserem, num cenário visual retratado a lápis de cera.
O desafio à novidade ....
Achimpemos pois! Ao que parece sempre se achimpou e
achimpar-se-á enquanto houver gente no mundo. Gente que achimpa, claro está,
até porque existe um perlinço a
passear por aí em busca de ser descoberto. Confusos? Ora essa, recomendo então,
para que fiquem esclarecidos, deverão ler este livro achimpadamente.
Elvira Cristina Silva
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Elvira & Cª apresentam: A última das guerras
Ilustração: Liberdade
No próximo sábado dia 28 de Junho, fará 100 anos que se deu o atentado que serviu de rastilho ao inicio da Grande Guerra, mais conhecida por Primeira Guerra Mundial, que começaria “oficialmente” precisamente um mês depois. O que alguns consideravam ser uma guerra “rápida” e estar de volta a casa pelo Natal de 1914, e outros achavam que seria a “guerra para acabar com todas as outras”, prolongou-se por mais de 4 anos, mais precisamente durante 1562 dias. São inenarráveis os horrores daquela e coíbo-me aqui de os mencionar. Apenas direi que os nossos “lanzudos”⁽¹⁾ também naquela participaram.
Longe de se pretender comemorar o acontecimento, pois qualquer guerra não será razão para celebrar, vimos por este meio propor-vos que se juntem a nós numa noite de estórias muito especial, onde o tema da “guerra” será abordado de uma forma despretensiosa, mas ao mesmo tempo divertida e sobretudo respeitosa como a situação impõe.
O título “A última das guerras”, é pois o convite para se nos juntarem na Livraria Gatafunho [Largo 5 de Outubro, 9 (centro histórico de Oeiras) Tel.: 21 408 53 29] na noite de 28 de Junho pelas 21:30. Como sempre, para todas as idades.
Um bem haja a todos
⁽¹⁾No começo do Inverno de 1917 foram distribuídos aos nossos soldados pelicos e ceifões alentejanos e certos janotas de trincheira consideravam os suprasumo da elegancia usarem os seus agasalhos com o pêlo de carneiro para fora, o que lhes dava um aspecto curiosíssimo. A primeira vez que os boches viram circular na sapa aqueles peludos adversários, o pasmo foi tal que todo o dia houve na beira oposta da cratera uma fileira de espectadores, até que um Fritz folgasão se lembrou de soltar um "Mê!" prolongado, que outros repetiram entre gargalhadas.
Vexado, um dos nossos foi contar o caso ao seu cabo, que, sem a menor heistação, avançou pela sapa e, como os heróis da Iliada insultando-se sob os muros de Troia, bradou de mão na cinta ao boche que continuava a facécia:
- "Carneiro será o teu pai, meu grande filho da..."
(Brun, André (1919), "A Malta das Trincheiras, Migalhas da Grande Guerra (1917-1918)", pág.57, 2ª ed., Lisboa, Guimarães & C.ª.)
terça-feira, 24 de junho de 2014
A última das guerras - Elvira & Cª
(Ilustração: Liberdade)
No centenário da I GG . Elvira & Cª contam estórias sobre a última das guerras...
ou de todas as guerras...
Dia 28 de junho - 21h30 na Livraria Gatafunho
Largo 5 de Outubro - Oeiras (junto à Igreja)
domingo, 1 de junho de 2014
O meu nome é... novo livro de Rita Correia
A comemorar os dois anos do seu primeiro livro Rita Correia traz-nos agora um livro ainda mais ousado em termos de livro jogo.
Um olhar atento e com os sentidos apurados podemos descobrir em "O meu nome é..." muito mais do que aparenta. Sobre o livro, propriamente dito, em breve me dedicarei a um post. Por agora deixo-vos as fotos do ambiente acolhedor e afetivo que se viveu ontem.
Fotos de EC
domingo, 25 de maio de 2014
O Meu Avô”, Catarina Sobral, Orfeu Mini (2014)
Já aqui falei do livro "O meu avó" , acerca do seu lançamento.
Hoje partilho aqui a recensão sobre o mesmo publicado nos CEI nº 101, com capa, precisamente da ilustradora Catarina Sobral
O Meu Avô”, Catarina Sobral,
Orfeu Mini (2014)
Depois dos anteriores livros “Greve” (2011) e “achimpa”
(2012), ambos ricos de jogos visuais e linguísticos, também editados pela Orfeu
Mini, Catarina Sobral contempla-nos com um novo livro: “O meu avô”.
Desta vez num formato gráfico
diferente dos anteriores, para mãos mais pequenas, o que não invalida que mãos
maiores lhe peguem e com ele se seduzam, quer através da narrativa dos afetos num
deslumbramento estético de referências visuais, com que presenteia o adulto mais atento.
O seu formato contrasta com a dimensão do valor afetivo que transporta. Em poucas
palavras, num jogo de texto aparentemente singelo, reflete o muito sobre o conceito de tempo e o que dele
fazemos. Num desafio de diferenças e semelhanças entre as rotinas de dois
personagens (avô e Dr. Sebastião, que vivem no mesmo prédio) deambula o
discurso narrativo. Vidas aparentemente opostas revelam-se na circularidade das
páginas, no efeito cromático das cores. Alude-se sempre ao avô, mesmo quando as
imagens nos mostram o Dr. Sebastião. Entre contradições e ironias, texto e ilustração ornada de
movimento se esbatem as personalidades dos personagens.
Continuando as zelosas
referências gráficas e linguísticas, Catarina Sobral entrega-nos um retrato de
um avô narrado pelos olhos de um neto. A singularidade narrativa apela a
referências artísticas de piscadelas de olho ternurentas a Jacques Tati,
Fernando Pessoa, Almada Negreiros ou
Édouard Manet.
(“o meu avô
escreve ridículas cartas de amor…” “Faz vários piqueniques na relva, durante a
semana…”)
Uma ode ao tempo e aos afetos, a
singularidade narrativa numa dimensão imensurável. O contacto com este livro
pode e deve causar efeitos secundários a nível de ternura, recomendo pois achimpadamente este livro.
De salientar que a
autora/ilustradora Catarina Sobral foi premiada com o
livro “achimpa” como Melhor Livro Infanto-Juvenil pela Sociedade Portuguesa de
Autores; Melhor Ilustração de Livro Infantil no Festival BD Amadora e
Menção Especial no Prémio Nacional de Ilustração.
Sendo a única ilustradora de
nacionalidade portuguesa selecionada, venceu o prémio internacional de
ilustração na mostra internacional de ilustradores da Feira Internacional do
Livro Infantil de Bolonha de 2014, precisamente com cinco imagens desta última obra,
“O meu Avô”.
Estamos obviamente honrados
com este prémio e os CEI felizes por poder contar com as suas ilustrações neste
número.
Elvira Cristina Silva
in: CEI nº 101
(Capa de Catarina Sobral)
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