Tudo o que um lápis pode conter

Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado.
Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!



domingo, 31 de janeiro de 2010

Livro: "Apresento-vos Klimt"


Capatti, Bérénice (Texto),
Monaco,Octavia (Ilustrações) (2004).
Apresento-vos Klimt.
Lisboa: Livros Horizonte


















Belo, será um adjectivo pequeno para qualificar este livro, quer na história do pintor Gustav Klimt, que relata os factos contados pelo seu gato com muita imaginação, quer pelas ilustrações excelentes, com base nos próprios quadros de Klimt, incentivando o leitor a deslumbrar-se com esta história biográfica.
No sotão onde Klimt tem o seu atelier, é preciso olhar com toda a atenção e deixarmo-nos invadir pelos sentidos, os odores das tintas, o colorido dos pincéis, o cheiro das rosas do jradim de Klimt, o "miar das crianças"...
Um delicia para os olhos, para ser lida com todos os sentidos onde cabe a essência da vida: imaginação e fantasia.
Elvira Cristina Silva
 
(também in: CEI 72 (Out a Dez 2004)

Livro: "O meu e o teu"



Geiber, Peter (Texto) e Kunert, Almud (Ilustração) (2003).
O meu e o teu. Bichinho de Conto


Desfolhar este livro é uma descoberta permanente, onde a fantasia ganha espaço. Afinal tudo gira à volta de um jogo de palavras entre duas crianças. “O teu gosta de castanhas, o meu está apaixonado pela lua...” Em cada página tenta-se decifrar o que será afinal o meu e o teu.
Onde mora a criatividade, livros destes são possíveis, pois esta é uma história que vai para além do que está escrito. Para o ler e compreender basta soltar a infância de cada um e deixar entrar a imaginação.
EC

O Direito à Expressão Livre















O Direito à Expressão Livre

A expressão é inconsciente, expressa-se como necessidade.
Tem significado só para o próprio, traduz a realização de expressões de sentimentos, livremente de forma pessoal e sem outro interesse que não seja só a satisfação da necessidade de expressar-se.
É por si só, toda a manifestação de vida, uma das mais naturais, mais vulgares e espontâneas no ser humano, a criança corre, pula, salta livremente e ao fazê-lo exprime o que tem dentro de si.
A criança desde que nasce expressa-se através do seu corpo, com sons e movimentos do corpo para comunicar algo, fome, dôr ou para expressar os seus sentimentos: ansiedade, raiva, contentamento...
Proporcionando-lhe ambientes calmos sem stresse para que a monotonia e a vida apressada não lhe corte a criatividade (tudo o que se invente, que é algo novo para o próprio, mesmo que já otenham feito anteriormente). Freud refere: "Muitas poucas pessoas civilizadas são capazes de assumir uma existência perfeitamente autónoma nem sequer muito simplesmente emitir um juízo pessoal"
Falar de expressão não é referir-mo-nos a uma disciplina (uma área curricular) à qual a criança deve estar submetida, deve ser sim, um espaço inerente à ordem natural, que seguindo-a, a criança encontra a liberdade perfeita. É também um processo social de forma que constitui um meio de comunicar com os outros.
Ao possibilitar espaço para a expressão é permitir à criança qualquer coisa de seu, expressando individualmente os seus sentimentos. Surgirá assim o que a criança não consegue transmitir através da linguagem verbal.
É educando deste modo que as crianças serão mais abertas, mais alegres, mais comunicativas, mais sensíveis, mais confiantes em si próprias e principalmente crianças felizes com uma inteligência saudável e com reflexão crítica.
Desde muito cedo que é importante estimular as capacidades da criança, por isso a mãe institivamente, quando surgem os primeiros sons, imita a criança, por sua vez esta vai emitir novo som e assim se inicia a comunicação.
Evidentemente que essa estimulação não é importante só nesta área mas em tudo na vida. Assim a criança será tanto criativa, quanto mais lhe proporcionarem momentos e experiências para que essa criatividade aconteça.
Um dos principais interesses da criança tende normalmente para os materiais plásticos.
O desenho surge duma experiência feita pela criança, em deslizar o lápis sobre uma superfície, num movimento em que a criança se expande. Inicialmente é a atracção do lápis, mais tarde o traço é motivo que atrai a criança, passando depois a exprimir o que pretende.
Quando a criança desenha (normalmente em todas as actividades) expressa os seus sentimentos e os objectos desenhados têm valor afectivo.
O adulto/educador deve proporcionar à criança espaço para ela desenhar quando quer, quando necessita. Deve colocar ao dispôr da criança papel de vários tamanhos e texturas, fornecer material gráfico diverso, para que ela tenha oportunidade de escolha e para que o possa fazer de acordo com as suas necessidades.
O desenho contribui para o desenvolvimento global da criança, para a construção da sua personalidade e do seu carácter.
Os princípios orientadores, relativos à expressão e educação plástica, que vêm referidos no livro da Reforma Educativa (1990), abordam a importância desta expressão no programa do 1º ciclo do Ensino Básico. Podemos deste modo referir que a manipulação e experiências com materiais, com as formas e com as cores permitem que, a partir de descobertas sensoriais, as crianças desenvolvam formas pessoais de expressar o seu mundo interior e de representar a realidade.
Quanto à Lei de Bases do Sistema Educativo (Pires, 1987), esta atribui uma atenção especial à educação artística. O Ensino Básico, referido no artigo 7º, tem por objectivo a valorização das actividades manuais e a promoção da educação artística, de modo a detectar e estimular aptidões. O pré-escolar, referido no artigo 5º, tem por objectivo, desenvolver as capacidades de expressão e comunicação da criança, a imaginação criativa, e estimular a actividade lúdica.
Assim, o Decreto de Lei nº 344/90 de 2 de Novembro, garante a todas as crianças e jovens integrados no Sistema do Ensino Português, o direito à Educação Artística genérica, independentemente das suas aptidões ou talentos.
Embora seja compreendida a importância da área das expressões, de tal forma a fazer parte do programa do 1º ciclo do Ensino Básico e a constar nas orientações curriculares para a educação pré-escolar, na prática o seu valor tem sido subestimado e pouco reconhecido como fundamental para o desenvolvimento harmonioso das crianças. Basta reparar como são definidos e apresentados alguns objectivos e propostas de actividades, e como na prática, esta expressão tem vindo a ser relegada para um espaço menos privilegiado, na programação diária de professores e educadores.
No 1º ciclo o ilustrar da cópia, do ditado ou do trabalho de estudo do meio físico e social, são em alguns casos as actividades de expressão gráfica que se propõem.
Para alguns pais, normalmente a "linguagem" do desenho é um pouco menosprezada, principalmente na idade escolar em que aqueles valorizam mais o aproveitamento escolar.
No pré-escolar, o desenho livre é por vezes, substituído pela ilustração de fichas de grafismos e de outras actividades, consideradas mais importantes por alguns profissionais, em detrimento de outras que seriam fundamentais desenvolver. O que me leva a questionar se estas actividades, presentemente, estão a ser canalizadas para outras que tendem a não estimular, e a menosprezar a capacidade criativa e imaginativa das crianças.
Torna-se importante questionar sobre o modo de promover a expressão livre e criativa da criança, e como é que as potencialidades das expressões podem reverter para o desenvolvimento global daquela.
A instituição escolar tem um papel fundamental e a contribuição da expressão livre é basilar. O educador/professor necessita "apenas" de saber estimular e promover, actividades de expressão gráfica livre diversificadas, dando-lhes a importância que merecem. Um conhecimento mínimo teórico-prático sobre o assunto é essencial.
O educador deve saber ter recursos para estimular permanentemente. Deve fomentar a espontaneidade, a riqueza de ideias e a imaginação da criança. Educadas deste modo, as crianças, serão decerto mais abertas, alegres, comunicativas, sensíveis e sobretudo felizes, com inteligência saudável e reflexão critica.
EC

Bibliografia
Direcção Geral do Ensino Básico (1990) . Reforma educativa. Algueirão:
Editorial Ministério de Educação.

Ministério da Educação (1997) .Orientações curriculares para a educação pré-escolar.
Lisboa : Ministério da Educação.

Pires, E. L. (1987) . Lei de Bases do Sistema Educativo. Porto : Edições Asa.

Silva, E.C. (2001). Tudo o que um lápis pode conter - Representações gráficas de crianças com e sem Necessidades Educativas especiais - Avaliação em diferentes contextos. Monografia não publicada, com vista à obtenção de
Pós-Graduação e Formação Especializada em Ensino Especial Pré-Escolar
e 1ºCiclo, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa.

Silva, E.C. (1998) . Desenvolvimento da criança e auto-conceito - Estudo da imagem corporal, grau de criatividade e organização perceptivo-motora em crianças em idade escolar com e sem actividades de tempos livres. Monografia não publicada, com vista à obtenção de diploma de estudos superiores especializados, Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich, Lisboa.

Stern, A. ( s. d. ) . Uma nova compreensão da arte infantil. Lisboa : Livros
Horizonte. (Trabalho original em francês sem data)
“Todo o poder criador infantil se extinguirá no dia em que a criança perguntar ao adulto como é preciso ver as coisas e como é preciso representá-las”

Wallon


“Eu não digo tudo, mas pinto tudo”

Picasso

Leituras

Leituras
Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o que o "meu lápis pode conter". EC

O Rei Inchado

O Rei Inchado
clicar na imagem para ler o post

Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos

Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos
clicar na imagem para ler o post

Gigante Gigantão

Gigante Gigantão
clicar na imagem para ler o post

O pato amarelo e o gato riscado

O pato amarelo e o gato riscado
clicar na imagem para ler o post

CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS

CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS
clicar na imagem para ler o post

A ferramenta que faz os contos

A ferramenta que faz os contos
clicar na imagem para ler o post

O caderno do avô Heinrich

O caderno do avô Heinrich
clicar na imagem para ler o post

PEQUENO LIVRO DAS COISAS

PEQUENO LIVRO DAS COISAS
clicar na imagem para ler o post

achimpa

achimpa
clicar na imagem para ler o post

Tu tens direito

Tu tens direito
clicar na imagem para ler o post

O meu avô

O meu avô
clicar na imagem para ler o post

"um, dois, três, conta lá outra vez"

"um, dois, três, conta lá outra vez"
clicar na imagem para ler o post

Minhamãe

Minhamãe
clicar na imagem para ler o post

Tous les chats

Tous les chats
clicar na imagem para ler o post

A Locomotiva

A Locomotiva
clicar na imagem para ler o post

ERA UMA VEZ UM CÃO

ERA UMA VEZ UM  CÃO
clicar na imagem para ler o post

Do outro lado do mundo

Do outro lado do mundo
clicar para ler o post

Apresento-vos KLIMT

Apresento-vos KLIMT
clicar na imagem para ler o post

O amor e a amizade

O amor e a amizade
clicar na imagem para ler o post

A História de Van Gogh. O rapaz dos girassois

A História de Van Gogh. O rapaz dos girassois
clicar na imagem para ler o post

Eu sei tudo sobre as mamãs

Eu sei tudo sobre as mamãs
clicar na imagem para ler o post

o Livro da Avó

o Livro da Avó
clicar na imagem para ler o post

As partidas do Sebastião

As partidas do Sebastião
clicar na imagem para ler o post

Papá, diz-me porque não andam as Zebras de patins?

Papá, diz-me porque não andam as Zebras de patins?
clicar na imagem para ler o post

O Meu e o Teu

O Meu e o Teu
clicar na imagem para ler o post

Zé Pimpão, o «Acelera»

Zé Pimpão, o «Acelera»
clicar para ler o post

As Férias do Pai Natal

As Férias do Pai Natal
clicar para ler o post

De Que Cor É o Desejo?

De Que Cor É o Desejo?
clicar na imagem para ler o post

Músicos contados aos jovens

Músicos contados aos jovens
clicar na imagem para ler o post

O Livro da Avó

O Livro da Avó
clicar na imagem para ler o post